Saber o que é o Hipotiroidismo e como se manifesta é o primeiro passo para o seu tratamento.

Sente-se fatigado? O seu peso tem vindo a aumentar? Apresenta perdas de memória? Manifesta variações de humor?

Quando persistentes, estes sintomas (a par de outros), associam-se à baixa função tiroideia, também designada de Hipotiroidismo.

O que é o Hipotiroidismo?

O Hipotiroidismo verifica-se quando a glândula Tiroide não produz hormona tiroideia suficiente para apoiar as funções metabólicas do organismo. Esta patologia manifesta-se mais frequentemente no sexo feminino.

A Tiroide segrega duas hormonas principais: a Tiroxina (T4) e a Triiodotironina (T3). A T4 é a hormona tiroideia, essencialmente produzida pela Tiroide. No fígado e nos rins converte-se na hormona metabolicamente ativa, a T3. Esta hormona é responsável pela regulação do metabolismo, pela produção energética, pela temperatura e gordura corporais, pelo colesterol e pela função cognitiva.

Como saber se os níveis da hormona tiroideia estão baixos?

São mais de 200 os sintomas relacionados com a baixa função tiroideia, que melhoram por via de uma compensação ótima da hormona. Eis alguns dos mais relevantes:

  • Temperatura corporal mais baixa;
  • Insuficiente circulação sanguínea nos pés e nas mãos;
  • Fadiga física e mental;
  • Perda de memória, pensamento confuso;
  • Dores musculares e articulares;
  • Pele seca e unhas quebradiças;
  • Cabelo fraco e com queda acentuada;
  • Perturbações digestivas (diarreia e outras);
  • Irregularidades menstruais;
  • Infertilidade;
  • Instabilidade emocional;
  • Colesterol elevado;
  • Aumento de peso.

Tratamento da tiroideia

Otimizar a função tiroideia repondo as hormonas tiroideias no nível ótimo (o mais elevado dos parâmetros considerados normais), pode aumentar significativamente a energia, o metabolismo e o bem-estar geral.

Diversos estudos publicados, nomeadamente no New England Journal of Medicine (NEJM) e no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM), demonstram que a subida dos níveis de T3 livre para além dos níveis de T4 é essencial à obtenção destes resultados.

Pode no entanto dar-se o caso de o paciente só ter noção do quão “mal” se sentia quando o seu estado apresente melhorias. Este resultado, geralmente, não ocorre até que os pacientes tenham melhorado ou otimizado a compensação de T3, na medida em que, a nível celular, esta é a hormona responsável pela função tiroideia e pela manutenção dos níveis normais de colesterol, não a T4.

Apesar de tudo, frequentemente os médicos receitam preparados de T4 visando a compensação tiroideia, que, na maioria dos casos, só tem lugar após várias aplicações. Na verdade, o emprego de um único preparado de T4 não permite a adequada conversão em T3, pelo que a melhoria dos sintomas se revela insuficiente. Para este fenómeno concorrem fatores associados a uma função insuficiente da enzima 5’-deiodinase, responsável por essa conversão.

Independentemente da causa para a reduzida conversão de T4 em T3, numerosos pacientes continuam a apresentar sintomas persistentes de hipotiroidismo após compensação efetuada somente com T4. Vários estudos significativos demonstraram que esta situação parece ser ultrapassada meramente acrescentando T3 ao regime de T4.

O artigo «Thyroid status, disability and cognitive function, and survival in old age», publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA) demonstrou a importância da T3 na previsão da morbilidade, da mortalidade e do declínio funcional. Segundo o texto, quer a TSH (hormona estimulante da tiroide) quer a T4 não se mostravam úteis na antevisão desses fenómenos, estabelecendo que a T3 deveria ser o principal marcador usado para a compensação hormonal da tiroide.

A combinação das hormonas T4 e T3, como sugerido por literatura recente, potencia a ação da hormona tiroideia T3 a nível celular.

Baixos níveis de T3 resultam num metabolismo fraco e em sintomas de hipotiroidismo, pois esta é a hormona tiroideia metabolicamente ativa. Ao administrar T4 pura, de forma isolada, os níveis de T3 apresentam melhorias ínfimas, em consequência da insuficiente conversão da T4 em T3.

Embora muitos pacientes melhorem com suplementação por T4 pura, a adição de T3 ao preparado otimiza os níveis desta última, algo que habitualmente não sucede com preparados de apenas T4. Só a suplementação com T3 aumenta o efeito antidepressor da hormona tiroideia.

Ação tiroideia no nível ótimo

O tratamento convencional para o hipotiroidismo envolve a restauração dos níveis normais de TSH, o que ainda pode manter níveis baixos de T3 livre. Tendo em vista a saúde e o bem-estar, atualmente, considera-se necessária a restauração dos níveis desta hormona para o limite superior dos parâmetros da normalidade.

Estes parâmetros, apresentados nas referências dos laboratórios, não refletem os valores mais adequados ao restabelecimento da saúde e do bem-estar. Por outras palavras, “normal” não significa “ótimo” ou o que é melhor para o paciente.

Um artigo publicado na revista Gerontology demonstra que num homem eutiroideu (ou seja, com valores normais a nível da tiroide) a suplementação tiroideia visando a obtenção de valores mais elevados resultou em melhorias cognitivas, da memória e da atividade geral.

A par de outros, este estudo demonstra que a otimização de todas as hormonas, incluindo a da tiroide, promove um melhor metabolismo, saúde e bem-estar, do que a manutenção dos níveis identificados como normais (padrão) para a idade. Constitui, além disso, um fator preventivo de doenças.

É importante manter presente que os níveis normais (média para a idade) de Estradiol, Estrogénio, Progesterona e Testosterona são de zero para a mulher na menopausa. Este é o nível tipicamente medido nas mulheres durante a menopausa, já que nesta fase da vida as mulheres já não produzem estas hormonas. O normal (nível zero) não é, de todo, aquele em que essas hormonas devem situar-se para efeitos de melhoria dos sintomas típicos desta fase e benefícios quanto à proteção da saúde cardiovascular e músculo-esquelética. O mesmo se aplica à Tiroide. Níveis otimizados de T3 possibilitam a prevenção de um maior risco de fratura, enquanto os níveis de TSH e T4 não permitem fazê-lo.

Níveis normais de hormona tiroideia

Um estudo efetuado em Roterdão e publicado na revista norte-americana Annals of Internal Medicine demonstrou que níveis normais de hormona tiroideia, situados na metade inferior dos parâmetros de normalidade, permitiam ainda assim prever um aumento de 2.2 vezes do risco de doença cardiovascular.

Em qualquer circunstância, os níveis ótimos de todas as hormonas, incluindo a tiroideia, afiguram-se determinantes para a melhoria dos sintomas e para a otimização da saúde em geral.

É possível que a simples restauração dos níveis de TSH normais para a faixa etária na qual o indivíduo está inserido não reflita o seu melhor interesse. As análises laboratoriais poderão revelar valores tiroideus normais, ou normais baixos, e os pacientes continuam a apresentar sintomas de Hipotiroidismo.

Segundo o British Medical Journal (BMJ), o objetivo da compensação hormonal da tiroide devia passar por se manter o tratamento até que o doente apresentasse os níveis de T3 livre e de T4 livre no topo da escala dos níveis considerados normais.

Para se sentirem bem, alguns doentes poderão necessitar de atingir valores acima do normal (TSH suprimida). Alguns investigadores sublinham que os níveis de TSH não permitem prever os sintomas ou a melhoria dos mesmos, mas apenas o nível de T3 livre, já que esta é a hormona ativa a nível celular. Embora o nível de TSH seja indicador de hipotiroidismo bioquímico, não permite prever a evolução dos sintomas clínicos.

Alguns investigadores enfatizam que se os níveis de T3 livre e T4 livre forem mantidos no topo da escala normal, sem condicionamentos à supressão da TSH, o hipotiroidismo declarado é revertido.

Os níveis de hormona tiroideia no sangue situadas na escala ótima e que, por consequência, resultam numa diminuição dos sintomas de hipotiroidismo, indicam uma função tiroideia saudável.

Benefícios de um tratamento tiroideu ótimo

A restauração da saúde e do bem-estar resultantes da compensação tiroideia manifesta-se de várias formas:

  • Melhoria da saúde em geral;
  • Proteção contra o declínio funcional;
  • Regulação da temperatura corporal e do metabolismo;
  • Aumento de energia;
  • Perda de gordura, favorecendo a obtenção de um peso corporal saudável;
  • Normalização dos níveis de colesterol;
  • Proteção contra doenças cardiovasculares;
  • Prevenção contra a depressão e as variações de humor;
  • Melhoria das funções cerebrais e cognitivas;
  • Maior saúde da pele, cabelo e unhas.
Referências bibliográficas:
Bemben, D., Winn, P., Hamm, R.M. et al. (1994). Thyroid disease in the elderly. J. Earn. Pract. Vol. 38. P. 577- 582

Terapia Hormonal

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