O uso do laser de baixa intensidade (LLLT – Low Level Laser Therapy) é cada vez mais recorrente, principalmente no tratamento de estados inflamatórios
“Laser” é, antes de mais, uma sigla que, em Inglês, significa Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação.
Princípios físicos da laserterapia
A diferença entre o laser e uma lâmpada fluorescente, por exemplo, reside no facto de a emissão “forçada” de fotões ser causada pelos próprios fotões, funcionando como que uma “reprodução” destes, que resulta na amplificação da luz. Qualquer fotão recém-surgido é uma cópia absoluta do fotão que o produziu.
Deste processo resultam as caraterísticas únicas da radiação laser, que são: a coerência, a polarização e a monocromaticidade.
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- A coerência: é a propagação de fotões na mesma direção e com a mesma frequência.
- A monocromaticidade: corresponde à característica da radiação com largura do espetro (determinada frequência ou comprimento de onda) suficientemente pequena para ter uma só cor do espetro de cores.
- Polarização: é a manifestação de simetria na distribuição de orientação do vetor de intensidade do campo elétrico ou magnético na onda eletromagnética relativamente à direção da sua propagação.
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A emissão da radiação laser de baixa intensidade cria uma onda eletromagnética, que é a alteração do estado do meio ou do campo que se propaga no espaço com velocidade finita, e é caracterizada pelos seguintes parâmetros:
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- Frequência – grandeza física que indica o número de oscilações num segundo – unidade de medida (Hz).
- Comprimento de onda – distância a que a onda se propaga durante um período – unidade de medida (nm).
- Potência – quantidade de energia emitida por unidade de tempo – unidade de medida (W).
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A Laserterapia nos estados inflamatórios
Laserterapia, fotobiomodulação ou tratamento com laser de baixa intensidade, são alguns dos termo usados para a aplicação desta energia nos tecidos com efeitos biológicos.
A nível clínico observam-se efeitos: anti-inflamatórios, mioprotetores, cárdioprotetores, vasoprotetores, alergoprotetores, radioprotetores, espasmolíticos, analgésicos, ansiolíticos, psico-estimulantes.
Desta forma, a Terapia Laser de Baixa Intensidade parece ser capaz de modular a inflamação em vários tecidos e apresenta vantagens como método não invasivo, não farmacológico e com baixo índice de efeitos colaterais.
Os lasers de baixa potência promovem efeitos biológicos benéficos, de caráter analgésico, anti-inflamatório e cicatrizante, por meio de um fenómeno de fotobioestimulação.
A radiação (não ionizante) emitida pelo laser terapêutico afeta os processos metabólicos das células-alvo, produzindo efeitos biológicos que resultam na ocorrência de eventos celulares e vasculares, os quais parecem interferir diretamente no processo de reparação celular.
A terapia laser de baixa intensidade proporciona ao organismo uma melhor resposta à inflamação, com consequente redução de edema, minimização da sintomatologia dolorosa e bioestimulação celular. Pelo que o LLLT (Low Level Laser Therapy) apresenta-se como uma excelente alternativa para tratar processos que apresentem reação inflamatória, dor e necessidade de regeneração tecidual em comparação com os fármacos que traduzem inúmeros efeitos indesejados.
A terapia laser fornece energia adicional e direcionada com efeitos benéficos a nível celular, fundamentais para restabelecer o equilíbrio em situações em que o objetivo seja a prevenção ou cura de doenças; trabalha ao nível celular e acelera as capacidades naturais de cura.
A radiação eletromagnética da Terapia com Laser de Baixa Intensidade promove o aumento do fluxo sanguíneo, abrindo os vasos sanguíneos existentes e estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos. Esta energia também desencadeia uma resposta de cura que “desperta” células-tronco adormecidas e a libertação de “fatores de crescimento”, estimulando o rejuvenescimento dos tecidos.
Benefícios da terapia laser nos tecidos e os seus vários efeitos clínicos
Enunciamos alguns dos benefícios e efeitos conhecidos no organismo humano (e em alguns animais):
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- Melhora a microcirculação sanguínea e linfática;
- Aumenta o fluxo venoso e linfático;
- Tem ação reparadora e regeneradora dos tecidos;
- Melhora o sistema imunitário;
- Promove a síntese de colagénio;
- Equilibra o metabolismo das gorduras;
- Aumenta a síntese de proteínas e atividade enzimática;
- Normaliza a tensão arterial;
- Aumenta a formação de ATP (energia celular);
- Aumenta a produção de RNA e DNA (moléculas que transportam o material genético).
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Bibliografia:
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