A investigação mais recente mostra que o stress crónico pode roubar-lhe anos de vida saudável por formas que podem ser inesperadas para si. Rouba a partir de um GENE pouco conhecido, que ajuda o cérebro, músculos e pele a manterem-se jovens. Este gene também ajuda a evitar a decadência física e mental.

Descobriram que mulheres sob stress crónico tinham menos 12% deste gene antienvelhecimento, chamado “KLOTHO” no seu sangue, comparado com o grupo de controlo, e, mulheres do grupo de “stress” que tinham depressão moderada a severa (um indicador de stress psicológico de longa duração), tinham ainda menos.

É normal que as suas reservas de Klotho diminuam com a idade. Mas estas mulheres tinham idades entre 30 e 50 anos. Isto significa que elas têm uma probabilidade muito maior de enfrentar riscos de saúde importantes mais tarde na sua vida. Por outro lado, níveis mais elevados podem ajudá-lo a reverter sinais de envelhecimento e até ter uma vida mais longa.

A Klotho é uma proteína supressora do envelhecimento e a sua sobre-expressão em ratos está associada a uma extensão do tempo de vida. Estudos anteriores mostraram que os níveis circulantes de Klotho diminuem com a idade e que existe uma forte correlação entre os níveis elevados da sua expressão e o estado saudável desses animais.

 

Qual a relação desse gene antienvelhecimento e o aparecimento de certas doenças?

A klotho é uma proteína expressa normalmente pelo organismo, que tem grande importância na modulação de ações fisiológicas, inclusive no sistema nervoso.

Ocorre uma redução nos níveis dessa proteína ao longo do envelhecimento, e tal redução é mais acentuada em vigência de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e Parkinson.

O envelhecimento é o principal fator de risco para a doença de Parkinson, a segunda doença neurodegenerativa mais comum, caracterizada principalmente pela perda progressiva e seletiva dos neurónios, resultando numa diminuição dos níveis de dopamina e consequentemente em sintomas motores. Vários são os mecanismos que desempenham um papel importante na perda neuronal, estando entre eles o stress oxidativo, que leva à formação de radicais livres e processos neuro inflamatórios.

O processo inflamatório das células provocado pelo stress está muito associado ao envelhecimento e a doenças neurodegenerativas. E esta proteína impede a resposta inflamatória nas células do sistema nervoso.

Apesar das múltiplas funções atribuídas a esta proteína, o seu mecanismo de ação no cérebro não está completamente compreendido. Contudo, tem sido relatado que esta proteína melhora a plasticidade sináptica, as funções cognitivas e, para além disso, pode influenciar uma variedade de estruturas e funções do sistema nervoso central durante a maturação e o envelhecimento.

Estudos recentes têm atribuído à Klotho um papel importante na neuroproteção. Menores concentrações de Klotho foram detetadas no líquido cefalorraquidiano de doentes de Alzheimer, quando comparado com indivíduos saudáveis da mesma idade. No que diz respeito à doença de Parkinson, sabe-se apenas que existe uma diminuição no número de neurónios dopaminérgicos e nos níveis de dopamina e que havendo um nível maior desta proteína, acabam por ser menos vulneráveis ao stress oxidativo.

A alteração da Klotho está relacionada com uma diminuição acentuada da expetativa de vida, além do surgimento precoce de doenças e síndromes relacionadas ao envelhecimento, como arteriosclerose, osteoporose, atrofia da pele, enfisema pulmonar e declínio cognitivo.

Tal proteína, quando em níveis reduzidos, tem potencial de produzir características similares a um processo de envelhecimento acelerado, enquanto a indução da sua expressão pode promover o aumento da longevidade.

 

Então como pode influenciar este importante gene Antienvelhecimento?

Primeiramente tem que reduzir ao máximo os seus níveis de stress. O stress crónico é um assassino. Pode torná-lo 3 vezes mais suscetível a desenvolver a Doença de Alzheimer e pode causar depressão.

Outra forma de aumentar os níveis de Klotho é obter mais vitamina D3. Esta prática pode também manter afastada a calcificação dos seus vasos sanguíneos por acumulação de cálcio um sinal comum de baixa de Klotho. Deve ser tomado pelo menos 5000 UI (Unidades Internacionais) por dia de suplemento de alta qualidade. Mas pode obter mais, cerca de 10000 UI, pela exposição direta à luz solar durante cerca de 20 minutos (depende da hora da exposição, do tipo de exposição, do tom da pele, etc).

O impacto da dieta, estilo de vida, exercício e ambiente, na nossa constituição genética individual, não deve ser subestimado.

 

Henrique Pedroso – Fisioterapeuta Licenciado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Monte Serrat (2007) no Brasil. Veio em 2009 para Portugal, em busca de novos conhecimentos, onde realizou o curso de pós-graduação na Universidade Fernando Pessoa no Porto. Exerceu em diversas clinicas e hospitais, nomeadamente no Hospital e Maternidade Silvério Fontes onde trabalhou na área de Fisioterapia Urológica e Ginecologia/Obstetrícia. Em clínicas e health clubs espalhados pelo país, atuou em diversas áreas da fisioterapia como geriatria, ortopedia/desportiva, reumatologia entre outras. Apaixonado pela profissão está sempre em busca de melhorar a saúde e o bem-estar dos seus pacientes.

 

Referências:

  1. ALEXANDRE, Daniela de Jesus. Klotho: um novo alvo terapêutico no tratamento da doença de Parkinson?. Orientador: Prof.ª Doutora Carla Fonseca. 2016. 80 f. Dissertação (Mestre Bioquímica) – Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2016.
  2. https://clinicadopoder.blogspot.com/2016/01/como-ativar-o-seu-gene.html Acesso em: 05 abr 2021
  3. https://jornal.usp.br/ciencias/ ciencias-biologicas/proteina-tem-potencial-para-prevenir-efeitos-do-envelhecimento/ Acesso em: 05 abr 2021.
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